segunda-feira, novembro 24, 2008

Um ultimo clamor.

Quando penso nos Jovens Azarados, a minha mente invade-se de um sentimento de nostalgia, deixando-me preso aos textos que li e escrevi nesta casa que ainda sinto como minha. Riu-me da infantilidade dos meus primeiros poemas, escritos com uma ingenuidade que o tempo tem feito o favor de curar. Tenho saudades de chegar a casa e escrever um textinho para o blogue e de ficar meia hora a olhar para ele com um sentido de orgulho parvo pensando que tinha acrescentado seja o que for à língua portuguesa.

Fica a memória das teorias da conspiração e de sonhos que ficaram a meio; até um dia camaradas!

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Sonho que não sei sonhar

Quando nos olhamos ao espelho e nao sabemos quem somos, apercebemo-nos do quanto perdemos da vida ao não nos encontrarmos até agora. E tentamos agarrarmo-nos à vida o quanto podemos, mas ela escapamo-nos por entre os dedos, e quando damos por nós, nada conseguimos agarrar...
E surgem no nosso reflexo do espelho as lágrimas que sentimos pela dor que vê em nós mesmos. E em cada uma dessas lágrimas vemos o que não foi e poderia ter sido, o que não é e não vemos poder acontecer. E numa dessas lágrimas vi-te, de uma dessas lágrimas me sorrias.
E como é doce a recordação do teu sorriso...

sexta-feira, novembro 23, 2007

Não há versos possíveis. E se os inventássemos?

quinta-feira, novembro 15, 2007

O céu estava azul. Apenas algumas nuvens se viam. Deitados sobre a sua inocência, descansavam e esqueciam todas as amarguras, todos os atropelos que existiam no mundo: aquela era a sua tarde: a tarde do nada que foi tudo. Foi tudo, porque sua incrível felicidade se reduzia a dois corpos parados, deitados com a cabeça de um sobre o peito do outro. E foi tempo de fechar os olhos, nunca fugindo dali. Os seus corpos levantaram-se: a vida do tempo é efémera sobre as pessoas felizes.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Omnia vincint morte

Hoje vi como choravas,
Naquele ritual de saudade.
Querias a vida, deram-te a morte
Acreditas e rezas ajoelhada
Negas o destino, oh revoltada!
Sobre o chão que o soterra.
Para além do corpo que há?
Nada, tudo, talvez
Procuras nas searas do pensamento
Algo que te dê alento
Mas só as giestas espinhosas te assediam;
A morte é o nada,
A morte é o paraíso
Tens medo, medo do que te espera
Do outro lado da vida;
Onde não há papoilas,
Aquelas que gostas,
Aquelas que te servem de lenço
Onde enxaguas Nilos e Tejos de raiva;
“Omnia vincint amor”
Omnia vincint morte.


Descansa em paz,
Rebelde com causa.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Carta ao Afonso no dia do seu aniversário (2/11/07)

Meu amigo, Não te escrevo – apenas- os teus dezassete anos feitos hoje (caso a carta tenha chegado no dia previsto). Escrevo-te o que tem sido – e continuará a ser- a nossa amizade. Amizade feita de sorrisos, de confidências, de sonhos e esperanças: amizade feita de amizade. Quantas vezes, afinal, não estás comigo mesmo estando longe? Quantas vezes, estando eu sozinho, não te evoco e invento e te partilho o mais íntimo de mim? Desenho-te e pinto-te com quantas cores tem a alegria, digo: a ternura da amizade. E falo-te dos meus projectos, sabendo certa a luz ávida de saber no teu olhar. O que sonhei, meu querido amigo, cabe dentro do teu peito, cabe inteiro nas tuas mãos: um mundo novo com suas lágrimas esquecidas no passado. Um mundo onde não haja mais sangue violado, mas apenas o rumor diurno da fraternidade. Conheço-te tão bem que sei certo um mar de esperança inviolável a inundar-te o peito. Não a deixes transbordar, amigo: para que o sonho nunca traia a razão. Deixa-os viver de mão dada: cada um acompanhará o outro, passo após passo. Mas sobretudo nunca deixes de sonhar: não terias mais o que viver. E não sei, Afonso, com que mais palavras escrever a utopia da
nossa amizade. Não por ser impossível: mas por ser tão bonita, mas real, que toma o valor do sonho.

quinta-feira, outubro 25, 2007

De volta

Ah, quem dera ter eu a assiduidade que desejava, a veia que queria para poder publicar tudo o que merecia ficar registado neste espaço especial. Mas não tenho, e fica tanto por dizer. Mas é sempre aqui que retorno, sempre este espaço que guardo num canto de mim. Não postei no nosso aniversário, queria algo especial... E surgiu-me hoje.
Do nada. Em condições normais divagaria, hoje resumirei tudo numa pergunta que quem de direito saberá interpretar e avaliar a sua importância...

Onde se arranja uma mesa de matraquilhos em Lisboa?