Quando nos faltam as palavras. Quando tu o que resta de nós é o espaço vazio deixado pela tua perda. Oiço a Canção com Lágrimas. E é a ti meu primo, meu amigo que a dedico.
"Eu canto para ti um mês de giestas,
Um mês de morte e crescimento ó meu amigo
Como um cristal partindo-se plangente,
No fundo da memória perturbada.
Eu canto para ti um mês onde começa a mágoa
E um coração poisado sobre a tua ausência
Eu canto um mês com lágrimas e sol o grave mês
Em que os mortos amados batem à porta do poema.
Porque tu me disseste: quem me dera em Lisboa
Quem me dera em Maio. Depois morreste
Com Lisboa tão longe ó meu irmão tão breve
Que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro.
Eu canto para ti Lisboa à tua espera
Teu nome escrito com ternura sobre as águas
E o teu retrato em cada rua onde não passas
trazendo no sorriso a flor do mês de maio.
Porque tu me disseste: quem me dera em Maio
Porque te vi morrer eu canto para ti
Lisboa e o sol, Lisboa com lágrimas
Lisboa à tua espera ó meu irmão tão breve"
Manuel Alegre
terça-feira, dezembro 27, 2005
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