terça-feira, janeiro 24, 2006

Pena de morte.

Aviso, para vosso esclarecimento, que sou humano e como tal tenho sentimentos, logo sou contra a pena de morte. O texto argumentativo que se segue foi feito para Português no qual eu tinha que argumentar a favor da pena de morte. De qualquer maneira, apesar da força argumentativa que está expressa no texto, sou capaz de refutar racionalmente qualquer argumento lá expresso.

"A pena de morte é um tema polémico. Mas como ser racional que sou, tenho o dever de descobrir e de formar a minha própria opinião, em vez de acreditar no que os outros dizem. É por isso que me afirmo a favor da pena de morte.
Posso começar com um valor muito simples presente nas sociedades: o respeito. Quando um psicopata que assassina em série 40 pessoas, quando as tortura, quando arranca e corta a pele poro-a-poro, deveremos respeitar tal criminoso?
Como é costume ouvir-se dizer, a sabedoria empírica é útil em várias situações. E essa mesma sabedoria vem muitas vezes expressa em provérbios. Vou então fazer o levantamento de três provérbios: "Amor com amor se paga", "Para maldoso, maldoso e meio" e por fim "Quem com ferros mata, com ferros morrerá". Adequarei então os provérbios à situação: se mata, se oferece morte, então com a morte pagará. É uma questão de justiça: pagar na mesma moeda. No caso do segundo provérbio, se alguém é criminoso, então a sociedade tem que ser criminosa com ele. E por fim, se uma pessoa oferece a morte a outras pessoas, então a morte, como é nosso dever (ou haveria de ser), lhe devemos oferecer.
Se um criminoso é frio, atroz e desumano no acto de matar, não vejo outra saída senão retribuindo-lhe da mesma maneira, com frieza no acto de condenar: matando-o.
Quando no nosso país a religião predominante é a católica, então seguiremos a Bíblia: recuemos no tempo até à condenação de Cristo. Quando Cristo estava pregado na cruz, no seu lado esquerdo encontrava-se o bom ladrão. Tal ladrão que disse a Cristo: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu Reino” (Lc, 23,42) ao que Cristo respondeu: “Hoje mesmo estarás comigo no céu.” (Lc, 23,43) Porque ser terá arrependido o bom ladrão?, o que provoca arrependimento? O que, na minha modesta opinião, provoca arrependimento é a aflição. E uma pessoa só se sente verdadeiramente aflita quando sabe que está prestes a perder o que é mais seu: a vida. Será que se não fosse condenado à morte, o bom ladrão se teria arrependido? Claro que não, aconteceria como acontece a todos: eram presos, libertados e depois voltariam a pecar. Mas como o bom ladrão se arrependeu (porque tinha sido condenado à morte) teve lugar no céu. Farei então um simples silogismo: Só os ladrões que se arrependem vão para o céu. Só se arrependem os ladrões que são condenados à morte. Logo, só os ladrões que são condenados à morte vão para o céu.
Acabarei por concluir a minha posição a favor da pena de morte: serei um dia trabalhador e consequentemente ainda mais consumidor. Parte do que receber vai para o Estado (através dos descontos), bem como parte de tudo o que gastar (através dos impostos). É o Estado que sustenta as prisões, logo somos nós, indirectamente, que as sustentamos. Teremos mesmo que sustentar criminosos?"

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