Tapa um olho...

Sinto-me fraco, débil
Somete odio me toca
Minh'alma parece estéril

Porque goza Deus comigo desta maneira? Não tenho direito a ter um simples conforto, carinho, um gesto que não seja bélico? Tiraram-me tudo! A vida e a vontade de viver partiram... O amor foi aniquilado, violado e escurraçado... Merda porquê? Porque é que cada palavra que me sai, sai com uma gota de ódio? Não vos quero fazer perder tempo mas fica aqui uma história.. Em que não há nomes... somente sentimentos:

Era uma vez... como em todas as histórias esta tem um rapaz e uma rapariga... Bastante diferentes, nos sonhos, nas virtudes e na forma de pensar...
Numa noite de Verão, numa daquelas festas populares em que os velhos se afogam em minis baratas de fraca qualidade e os jovens davam as primeiras passas em cigarros comprados na tasca da esquina ou fanado dos irmãos mais velhos... o rapaz conheceu a rapariga... apresentações informais e despachadas por um outro rapaz... Foram manifestados gestos de indiferença, havendo um total desinteresse por parte de ambos...
O tempo passou... o rapaz e a rapariga voltaram a encontrar-se numa esplanda na cidade do rapaz... Furiosa com a conversa do rapaz... a rapariga toma a sua primeira posição bélica atirando um copo com uma certa bebida à cara do rapaz... As hostilidades mantiveram-se... na escola, nos cafés e até nas sms... Até que um dia num acantonamento a rapariga viu que o rapaz estava mal, deprimido e angustiado... pondo a raiva de lado, acalmou-o e fe-lo sorrir.
Aqueles que eram arqui - inimigos passaram a amigos do peito... Trocando palavras bonitas ( por vezes até exageradas)... O tempo passou e os dois amigos voltam a encontrar-se numa praia... Não resistindo à tentação beijaram-se... foi o melhor beijo da vida de ambos... apesar de curto e provavelmente não nas melhores circunstâncias pode dizer-se que teve significado extremo para o rapaz e para a rapariga...
Nesse mesmo mês começaram a namorar... destino inevitável... Viveram muito... Sorriram muito... em cada local que o rapaz e a rapariga passavam passava a ter significado... Apesar de por vezes a dor da distância abalar um pouco o coração... manteram-se firmes e fiéis... nunca quebrando o amor que um pelo outro sentiam... Até que um dia começaram a discutir... depois as discussões tornaram-se constantes... descontroladas e emotivas... Depois de muitas lágrimas... muito sofrimento... tão subitamente como começou... acabou... mais de nove meses de amor acabaram... tão subitamente como começaram... acabaram... Desta história ficou muito por dizer... mas o mais importante foi que o rapaz e a rapariga continuaram amigos... pelo menos até à data...

Qual é a melhor maneira de ver o mundo?
Basta tapar um dos olhos...
Tapar a parte negativa da vida...
Como tudo era mais belo...
Se ocultasse-mos o que nos entristesse!

Desculpem o desabafo... usufruam ao máximo daquilo a que chamam felicidade... mas acreditem... é efémera... E se conseguirem... tapem um olho!