Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O Sol doira
Sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
sexta-feira, janeiro 12, 2007
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4 comentários:
olha k sitio catita
Fernando Pessoa! =) Mais uma vez gostei muito de visitar o teu blog. Um beijinho enorme para ti*
Marguerite
parece que abandonast o blog, o que é pena, ja que de modo geral gostei bastante dos posts.
=)(dsclp a invasao)
O poema impeliu-me, mas foi subtil . Gostei .
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