segunda-feira, junho 18, 2007

Exame Nacional Português- 639 grupo III

Pergunta: "Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre as ideias expressas no excerto a seguir transcrito, relativas à tendência para se investir no espaço pessoal e se esquecer do espaço público. Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
'Ao longo da vida, a tendência é para as pessoas passarem cada vez mais tempo sozinhas e fechadas dentro das suas casas, transformadas em verdadeiras "torres de marfim". A maneira como se acumulam bens físicos e se procura melhorar os espaços domésticos reflecte um cada vez maior alheamento em relação ao espaço público colectivo, que raramente é pensado como um bem comum.' by: Teresa Alves"

Resposta:

A isolação do eu pessoal de um povo inteiro: o primeiro passo, segundo a filósofa Hannah Arendt, para a criação dum estado totalitário.

Se o poder absoluto (tão bem representado no "Memorial do Convento", ou no "Felizmente há luar") faz cair o soberano na tentação do "quero, posso e mando", não pensando nas necessidades de um povo inteiro e isolando-se na sua própria vontade, não menos verdade será dizer que a isolação de cada um dos "Zés Ninguéns" que constituem o povo está na origem da criação do poder absoluto.
É a união que faz a força, mas o ficar sozinho, transformado em "torre de marfim", é o quebrar dessa própria união. E o marfim, de um povo sem união, não faz tremer nem abalar o ferro de um estado totalitário (que para descanso dos que ainda resistem, todos sabemos que acabará por oxidar e, por fim, ruir).
Hoje em dia as coisas tão simples com o ficar em casa a jogar computador, trocando esse tempo por um convívio útil com amigos ou o sair apenas para ir à discoteca (sítio onde, simplesmente, não dá para falar) é visto, pelos olhos de quem governa, como um aplaudir a destruição das conquistas de Abril levada a cabo pelos mesmos.

A isolação dos governantes faz-nos, portanto, cair na desgraça do poder absoluto.
A isolação individual é mais preocupante porque faz-nos optar de livre vontade pelo poder autoritário.

2 comentários:

Anónimo disse...

felizmente há luar é a pior merda que puderam meter no programa de português.

Anónimo disse...

Era melhor o mein kampf...