sábado, junho 16, 2007
Para o André no seu aniversário (16/01/07)
É tão difícil escrever as palavras que se refugiam no coração. Mais difícil ainda escrever-te a ternura que tenho por ti: toda a luz da esperança que sei nascida no teu peito. Lembras-te daquelas tardes que passámos juntos a falar sobre um mundo melhor? A falar de um mundo onde os homens não viveriam da dor de outros homens, onde o trabalho colectivo se saberia traduzido em pão ao final do dia de trabalho, onde a criança nascida tivesse um futuro assegurado e com ele viesse a ciência, o conhecimento, a solidariedade, o amor pela vida e pela sociedade. Às vezes é difícil imaginar isto: tão perfeito para a nossa condição humana. Mas sabes André, quando estou consigo é como se tivesse a viver nesse futuro que há-de chegar. É bom ouvir a tua paixão pelos homens e pela bondade que reside em cada um. Existires é para mim prova que há realmente pessoas que dá gosto conhecer e poder tratar por amigo, companheiro, camarada: talvez mais, como tantas vezes te tenho dito: irmão. É-me sempre tão impossível escrever tudo aquilo que quero e que mereces: a tua amizade sincera, o teu abraço amigo, a tua força de luta, as tuas convicções já fazem parte do meu dia-a-dia: sei-te presente mesmo estando longe. Ontem quando me vi “abandonado” por toda a Associação vi-me, por inerência, abandonado por amigos. É talvez a maior amargura da vida de um homem: saber-se longe de quem se gosta com eles ali tão perto. Mas apareceste tu: esperança renascida que trocou a reunião pela amizade. Foi um acto bonito, meu amigo, saber que os laços de amizade são mais fortes que os associativos. Porque é a amizade que faz a Associação. Alguns esquecem-se disso e depois espantam-se a falta de empenho: falta-lhes união. Não digo que não sejam bons amigos, mas acredita que ontem te esforçaste mais pela tua Associação que todos os outros juntos: ajudaste um amigo. E isso vale mais que todas as maravilhas do mundo. Mas não é para falar disso que te escrevo: escrevo-te o sol em cada sílaba na nossa amizade. E escrevo-te a alegria da nossa camaradagem. Dezasseis anos, campeão! É uma idade bonita, como o homem que agora a vai começar a transportar. Digo homem, porque as pessoas quando são solidárias, sonhadoras e lutadoras são homens: grandes homens. E tu estás em primeiro nessas características todas. É bom ver-te crescer e poder crescer contigo. É bom ver-te. Dói-me agora o peito de te saber como pessoa bonita e não ser capaz de te escrever palavras rentes ao que mereces. Tremem-me os dedos e choram os olhos: façamos então mais um brinde à amizade.
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1 comentário:
grande sorte andre. por um amigo assim...
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