quarta-feira, maio 24, 2006

Enganos de alma

Caminhando, percorri esse cemitério de amores.
Por fim parei, deitei-me, e chorei ...
Chovia, não procurei abrigo. Queria atenuar as dores,
Sozinho , dores minhas. De novo, admito, errei.

Essa água que julgava pura,
Era afinal um engano de alma,
Ácida, salgada, esta dor não acalmava...
Abria feridas e no sangue exposto queimava.

Ainda assim, ferido e cambanleante,
Cego era à dor flamejante,
Que agora sinto e sempre senti
Mas que ocmo fatal na altura não reconheci.

Ofuscado por aquelas lágrimas de céu,
Que em meu rosto se confundiam com os pingos
Dessa incessante agonia que de meus olhos brotavam,
Abri a arca de sonhos e, doce pitéu,
Retirei o símbolo de amor, oh paixão, quem dera findos.
Ajoelhei, consagrei meu coração...

Assisti impassível enquanto acontecia..
Em minhas mãos ele consumido e desfeito.
Esperei delirante o fim naquele leito
De morte, que pensava em não tardaria.

Consoladora ilusão em que me encontrava!
Que tudo acabaria, por fim tudo termeniaria.
Exultei enquanto para mim caminhava
E para mim a Rainha sorria.

Não li naquele sorriso esquelético,
O sarcasmo com que meu caso tratava
O que eu esperava como eterno anestésico
Foi afinal um undo que quebrava.

Com sua foice ceifou o que restava,
As pérolas desta existência atribulada..
Do sonho, da esperança e da alegria que cantava
Nada sobrou, o que era vivo agora definhava.

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